quinta-feira, 18 de junho de 2009

Teatro Romano





O teatro romano teve diferentes gêneros. Misturando influências etruscas (influenciados pelos gregos) e de espécie de representações religiosas de caráter sério ou satírico itálicas (curiosamente de forma semelhante ao aparecimento do teatro grego), os romanos tinham uma forma embrionária de teatro quando entraram em contacto com a Grécia: esse contacto significou a morte do primitivo teatro romano, que imediatamente copiou as formas gregas (tragédia, comédia). Começaram por traduzir peças gregas (séc. III AC), depois estrangeiros radicados em Roma e finalmente romanos escreveram peças, adaptando temas gregos, ou inventando mesmo temas romanos (normalmente baseado na História); o apogeu do teatro romano dá-se no séc. III-II A.C com Plauto e Terêncio. Quer a comédia, quer a tragédia romana, tinham diferenças com os seus modelos gregos: insistiam mais no horror e na violência no palco que era representada, grande preocupação com a moral, discursos elaborados; mesmo do ponto de vista formal existiam diferenças (na divisão em atos, no coro, etc).



Com o tempo (final da república), o público perdeu interesse pelo teatro tradicional, pois a concorrência dos espetáculos com mais ação (gladiadores, corridas de carros), e a criação de gêneros teatrais mais simples como as pantomimas (representação de um único ator de uma peça simples e de fácil reconhecimento pela audiência, em que não falava, dançava, fazia gestos, e era acompanhado por músicos e um coro) e mimos (histórias também simples, mas com vários atores, em que normalmente se satirizava tipos sociais de forma mesmo obscena), levaram ao seu quase abandono.

No período imperial, na parte oriental do império continuaram a representar as peças tradicionais (sobretudo de autores da chamada nova comédia como Menandro), no ocidente mau-grado uma tentativa de autores como Sêneca de ressuscitar o gênero, o público preferia os espetáculos de mimos e pantomimas (outro motivo apresentado era a dificuldade dos latinos menos instruídos de compreenderem peças complexas, e preferirem espetáculos simples e que apelassem aos sentidos).

Com o advento da Igreja, esta viu com maus olhos gêneros artísticos que ou se referiam a deuses pagãos ou troçavam abertamente dela (como os espetáculos de mimos), levando à sua progressiva perseguição, para além dos aspectos que considerava imorais (representação de cenas licenciosas ou mesmo nudez).
A última referência que existe de uma representação de uma peça de teatro é do séc. VI (e sabe-se que Teodora a imperatriz esposa de Justiniano era atriz de). Depois disso, só se ouve falar dos artistas de teatro pelas proibições sucessivas e sermões de membros da igreja que se referem “aos mimos que andam de terra em terra espalhando a imoralidade”.

Os romanos construíram vários teatros (especificamente para representações), mas na maioria dos casos nas pequenas cidades utilizavam edifícios para vários usos (anfiteatros), usando para espectáculos de gladiadores, corridas e representações.



Dedicar-se ao teatro era muito mal visto: os atores eram normalmente escravos ou ex-escravos; raramente mulheres representavam, tendo má reputação as que o faziam (os papéis femininos eram feitos por homens).

Ficaram conhecidos imperadores com uma enorme paixão pelo teatro. Nero é o mais conhecido: adorava espectáculos de mimos (acabou por casar com um depois de se livrar de Pompéia) e representava ele próprio; dado o baixo estatuto dos atores (normalmente escravos ou ex-escravos), isso foi motivo de escândalo.

Deve-se notar também, que vários imperadores apresentados como cruéis e loucos de pedra, ordenavam que os espectáculos se tornassem realistas: quando aparecia no guião (roteiro) que o personagem era morto, substituia-se o ator por um condenado à morte (existe registrado o caso de uma peça que relatava a união sexual entre Europa e Zeus sobre a forma de touro, e uma condenada à morte foi de fato currada por um touro durante a representação).

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