A Última Gravação de Krapp

A CAIXA Cultural traz para Brasília um dos nomes consagrados do teatro brasileiro. Sergio Britto traz para a cidade, de 18 a 21 de junho, duas peças curtas de um dos maiores dramaturgos do Século XX, Samuel Beckett: “A última gravação de Krapp” e “Ato sem palavras 1”. As duas peças formam um espetáculo com duração de 55 minutos. Sessões às 20h na quinta, sexta e sábado; e 19h no domingo.

Com direção de Isabel Cavalcanti, “A última gravação de Krapp” e “Ato sem palavras 1” foi eleito pelo jornal O Globo como um dos 10 melhores espetáculos do ano passado. Além disso, a montagem rendeu a Sergio Britto o Prêmio Shell de Melhor Ator de 2008. Mas as homenagens aos quase 65 anos de dedicação ao teatro não pararam por aí. No começo deste ano, Sergio Britto foi o homenageado central da revista Veja Rio como Carioca do Ano de 2008 em teatro e eleito Personalidade de Teatro pelo Jornal O Globo em seu prêmio “Faz Diferença”.

A Última Gravação de Krapp

Em cena, um velho passa em revista sua vida. O escritor Krapp tem o hábito de gravar, em todos os seus aniversários, os acontecimentos mais marcantes do ano que passou. Antes de cada gravação, ele escuta passagens de anos anteriores. Neste monólogo, escrito há 51 anos para o ator Patrick Magee, Samuel Beckett testa os efeitos cênicos de uma invenção tecnológica recente na época: o gravador de rolo - objeto que, no palco, torna-se uma extensão da própria personagem. Ao passar em revista suas memórias, Krapp manipula o gravador e edita as próprias recordações.

Para a diretora Isabel Cavalcanti, “A Última Gravação de Krapp”, é “a peça mais nostálgica, lírica e autobiográfica de Samuel Beckett”. Nos relatos de Krapp, por exemplo, aparecem personagens e fatos da biografia de Beckett, como a morte da mãe e amores do passado. “A peça também pode ser entendida como uma releitura de ‘Em Busca do Tempo Perdido’, de Marcel Proust, um dos autores franceses preferidos de Beckett”, finaliza Isabel.

Ato Sem Palavras 1

“Ato Sem Palavras 1”, criado em 1956 para o ator e dançarino Deryk Mendel apresenta um homem num deserto em uma busca desesperada para alcançar uma garrafa, a fim de matar sua sede, e descansar à sombra de uma árvore. A peça mescla sarcasmo e compaixão por nossa frágil e cômica condição humana. “O caráter físico das marcas, aliado à idade do ator (85 anos) dá uma dimensão mais profunda, uma riqueza incomensurável, aproximando a peça das coisas que eram realmente importantes para o autor: a impotência, o depauperamento físico, que é o depauperamento da matéria, a nossa fragilidade.... Beckett é o autor que faz da nossa impotência uma potência”, explica a diretora Isabel Cavalcanti.

Nesta montagem, as rubricas vigorosas do autor foram minimamente adaptadas por Isabel Cavalcanti.

Samuel Beckett, por Isabel Cavalcanti

Beckett é um autor que está no pódio dos preferidos do veterano Sergio Britto. Nascido na Irlanda em 1906, Beckett é conhecido, no Brasil, como o autor de “Esperando Godot”, no entanto sua obra inclui, além das numerosas peças de teatro, criações para o rádio, a televisão, novelas, romances, poemas, ensaios, traduções e um roteiro para cinema.

“Sua dramaturgia dialoga acidamente com a tradição ocidental e permanece desafiando a modernidade”, define Isabel Cavalcanti, ela própria uma especialista no autor irlandês. Atriz, diretora e pesquisadora da obra de Beckett há dez anos, Isabel é autora do livro “Eu Que Não estou Aí Onde Estou: O Teatro de Samuel Beckett”, publicado pela 7 Letras; co-curadora e idealizadora do Festival Beckett 100 Anos, realizado no Oi Futuro e no CCBB/Rio em 2006; além de intérprete do personagem Clov na peça “Fim de Partida”, que cumpriu temporada de êxito em 2007, no Espaço SESC no Rio de Janeiro.

Em 2009, a editora Cosac&naify lança um livro de estudos sobre Beckett, inéditos em português, organizado por Isabel, Flora Süssekind e Marta Metzler.

Serviço

Espetáculos “A última gravação de Krapp” e “Ato sem palavras 1”, com Sergio Britto

Data: de 18 a 21 de junho de 2009

Horário: quinta, sexta e sábado, às 20h e domingo, às 19h

Local: Teatro da CAIXA - SBS Qd 4 lote 3/4, anexo do edifício Matriz da CAIXA

Recepção: 3206-9448

Administração: 3206-9450

Bilheteria: 3206-6456 (aberta de terça-feira a domingo, das 12h às 21h)

Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia-entrada para estudantes, pessoas com 60 anos ou mais, professores e empregados da CAIXA)

Classificação Etária: Não recomendado para menores de 16 anos

Duração: 55 minutos