terça-feira, 25 de agosto de 2009

RENASCIMENTO


No período de transição, entre a Idade Média e o Renascimento (começo do século XVI), surgiram na península Ibérica, dois grandes dramaturgos: Gil Vicente em Portugal e Fernando Rojas na Espanha. Usaram a técnica medieval, mas já tratavam de idéias novas, de cunho humanista e renascentista, já apontando para uma volta aos temas clássicos gregos.
Fernando Rojas escreveu a peça “La celestina” que tem a forma de um romance dialogado e influenciou os meios artísticos da época.
Gil Vicente é considerado o iniciador do teatro português. Inspirou-se nas representações medievais que eram realizadas nas ruas e praças das cidades. Escreveu peças com assuntos diversificados, algumas palacianas, outras litúrgicas e outras bem populares. Os tipos vicentinos descrevem a sociedade portuguesa da época: a imagem comovente do camponês explorado por fidalgos presunçosos e vãos, os clérigos de vida folgada, a moça da vila e o escudeiro ocioso.

OBRAS DE GIL VICENTE: Auto de Inês Pereira, O velho da Horta, Quem tem farelos, Auto da Barca do Inferno, Auto de Mofina Mendes, Auto da Alma, Auto da Barca do Purgatório.


Como Gil Vicente é considerado um escritor de transição, vejamos o que há em sua obra de características medievais e renascentistas:


Características medievais Características Renascentistas
Linguagem popular e arcaica Sátira irreverente, mas moralizadora.
Linguagem individualizada / própria de cada personagem que fala Entusiasmo nacionalista
Desleixo sintático Presença do mecenas
Versos de 7 sílabas Crítica à cobrança das indulgências e à conduta dos clérigos da Igreja
Valoriza o espírito de cruzada Compreensão dos problemas sociais
Linguagem que aparenta pouca cultura Contra a materialização da época
Ausência de problemas psicológicos e de interiorização Referências mitológicas e clássicas dos gregos e romanos
Criação de tipos Peças divididas em quadros
Ausência de indivíduos com caráter e personalidade bem delimitados. Presença de prólogo em algumas peças.

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