domingo, 23 de agosto de 2009

A mostra itinerante Teatro na Mochila


Fonte: teatronamochila.blogspot.com

Caminha para a quarta edição colhendo frutos significativos na formação de seus participantes. Vanessa Di Faria sabe bem o que isso significa. Professora de artes cênicas no Centro de Ensino Médio I, de Sobradinho, aos poucos ela começou a perceber mudanças no comportamento de seus alunos. "Com o fato de terem de se relacionar com outras pessoas, eles se tornaram mais responsáveis, críticos e mais cidadãos também", conta.

Tal experiência foi adquirida e aperfeiçoada ao longo dos inúmeros ensaios realizados com um pequeno grupo de jovens futuros atores. O resultado dessa convivência culminou com a criação, em 2004, do grupo de teatro U.T.I. — Unidade Teatral Intensiva, uma das atrações de hoje, às 19h, na abertura do evento, no Recanto das Emas. "O Teatro na Mochila é louvável, perfeito porque calha com o objetivo que buscamos no ensino da arte. É um ideia que deveria ser expandida para outras administrações", defende a professora, que comanda um coletivo composto por 14 atores, de 16 a 26 anos.

Há quatro anos na praça, o Teatro na Mochila, como o nome enfatiza, é cria do Festival de Teatro na Escola, uma iniciativa da Fundação Athos Bulcão, em parceria com o Fundo de Apoio à Cultura (FAC). O projeto — que este ano passa pelo Recanto das Emas (hoje e amanhã), Planaltina (dias 15 e 16), Cruzeiro (dias 22 e 23) e Núcleo Bandeirante (dias 29 e 30) — foi de vital importância para a formação de 12 grupos de teatro nas cidades do DF. Segundo o coordenador Glauber Coradesqui, tal desdobramento democratizou o acesso à arte de mestres como Shakespeare e Bertolt Brecht.
"A mostra dinamizou a cena cultural na cidade, fortalecendo o teatro nas satélites. Essas cidades precisam de incentivos culturais", comenta Coradesqui. "Ainda existe um preconceito grande das pessoas com relação ao teatro, mas acredito na força que a arte tem para mudar as coisas. E esse projeto possibilita isso, porque tem o que nos interessa e dá oportunidade de conhecermos coisas novas", observa Vanessa Di Faria.
E é com essa fé no trabalho que a professora sobe ao palco do Centro Comunitário do Recanto das Emas hoje, com os 14 integrantes da U.T.I., para uma montagem feita a partir de uma coletânea de textos do dramaturgo, poeta, contista e jornalista Artur Azevedo. Resultado de esforço coletivo, o espetáculo O Correio da Manhã é uma homenagem ao autor de Confidências e Contos possíveis. "No ano passado, fomos convidados para participar do Campeonato de Teatro Sub 17 e o tema do encontro era a obra do Artur Azevedo, por conta do centenário de sua morte. Isso despertou um interesse maior pelo trabalho do autor e resolvemos pesquisar mais coisas dele", comenta.

O grupo do Gama Olharte apresenta antes, às 17h, uma trama inspirada no juízo final. Dirigida por Telma de Paula, A pena e a lei narra histórias de julgamento de várias pessoas após o derradeiro suspiro. O juiz supremo da narrativa é ninguém menos do que Jesus Cristo.

Teatro na Mochila

Até o dia 30 de agosto, com apresentação de sete grupos do Gama, Ceilândia, Planaltina e Sobradinho. Hoje, no Centro Comunitário do Recanto das Emas, às 17h, A pena e a lei, com o Grupo Olharte (Gama), e às 19h, O Correio da Manhã, com o grupo UTI — Unidade Intensiva de Teatro (Sobradinho). Entrada franca.

Um comentário:

  1. eu participei dos quatro fins de semanas dessa amostra e vi brilhantes espetaculos com otima atuações de todos os envolvidos adorei foi simplesmente d+

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