sábado, 26 de setembro de 2009

Os precursores


O escritor e poeta Domingos Gonçalves de Magalhães é precursor do romantismo na literatura e na dramaturgia. Na primeira por sua obra Suspiros Poéticos e Saudades, na Segunda por sua peça Antônio José ou O Poeta e a Inquisição que estreou em 1838, no Teatro Constitucional Fluminense, encenada por João Caetano. É também um precursor, porque pela primeira vez no Brasil era encenada uma peça com tema brasileiro, escrita por um brasileiro.
Outro precursor foi Martins Pena que teve sua primeira comédia O Juiz de Paz na Roça, encenada também em 1838, no mesmo teatro e com o mesmo diretor: João Caetano. Com Martins Pena tem início a comédia de costumes mais tarde explorada por outros autores. Sua produção que se estende por dez anos consta de vinte e oito peças entre as quais: O Noviço, O Diletante, Os Irmãos das Almas, Judas em Sábado de Aleluia. Foram seus seguidores: Joaquim Manoel Macedo, José de Alencar, França Júnior, Artur Azevedo e outros mais. O teatro brasileiro progredia e progredia também a dependência do teatro estrangeiro.
João Caetano dos Santos, ator, diretor, cenógrafo, empresário é outro precursor. Parte da dependência estrangeira tende a desaparecer quando João Caetano funda em Niterói, em 1833, a primeira companhia dramática nacional destinada à formação profissional de atores brasileiros; com isso, o elenco teatral estava sendo nacionalizado embora as peças apresentadas fossem estrangeiras. Com a mesma finalidade escreveu Lições Dramáticas cujas palavras iniciais são as seguintes: “O teatro bem organizado e bem dirigido deve ser um verdadeiro modelo de educação, capaz de inspirar na mocidade o patriotismo, a moralidade e os bons costumes”. Quanto a arte de representar ele exalta a importância dos silêncios, da respiração certa, das pausas, do cultivo da voz, da expressão corporal, da presença de espirito e de tudo mais que valoriza o ator. Proclama a necessidade de estudar os tipos na sociedade e na história segundo as épocas que existem ou existiram; da consulta às obras dos grandes pintores e escultores, do estudo da “estrutura do homem” e da observação da vida real. Propôs ao imperador a criação de uma escola dramática totalmente gratuita ao aluno, nos moldes do Conservatório Dramático de Paris, e que era destinada a formação do ator nacional. A verba conseguida foi cortada pela câmara dos deputados seis meses depois em 06/08/1861. Considerado como o maior ator nacional João Caetano faleceu em 24 de agosto de 1863.
Na evolução do teatro brasileiro os gêneros mais cultivados foram: a comédia (Martins Pena), o drama (Gonçalves Dias com Leonor de Mendonça e Boadbil), a tragédia (Joaquim Noberto com Clitemnestra).

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