sábado, 26 de setembro de 2009
O Teatro Jesuítico
O teatro nacional como atividade contínua baseada nos elementos concretos - autor, ator e público – só passaria a existir verdadeiramente após a independência, e com as primeiras manifestações do romantismo; entretanto a origem da arte cênica brasileira está ligada a própria obra de ocupação e colonização da terra recém-descoberta pelo Estado Português. Menos como fonte artística cultural e mais como instrumento catequético o teatro jesuítico situa-se como agente de transmissão dos valores ocidentais à população aborígine. Trata-se pois de um teatro profundamente moralista e ideológico além de ser caracteristicamente didático quanto aos meios e aos fins. Não era sem razão o fato de que nos autos os Santos eram: São Lourenço, São Sebastião, Santa Isabel e os demônios tinham nomes indígenas tais como: Aimberê, Saravaia, Guairará, etc. Como metodologia os padres da companhia de Jesus aproveitavam e usavam os próprios elementos culturais ameríndios, principalmente suas naturais inclinações para a dança e a música os quais foram sendo pouco a pouco substituídos pelos costumes portugueses. A forma dramática era o auto (de tradição medieval). Muitos e variados textos devem ter sido escritos e representados, mas deles nada restaram a não ser os do padre José de Anchieta. Dentre esses autos destacam-se: O Auto da Pregação Universal, Dia da Assunção, Na Festa de São Lourenço e Festa de Natal. Fatos históricos como as invasões, francesas e holandesas, desentendimentos entre jesuitas e bandeirantes e as lutas em Palmares foram algumas das causas do declínio do teatro jesuítico.
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