quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Centenário de Nelson Rodrigues | 2012

"Não vou para o inferno, mas não tenho asas"

Teatro, Cinema, Literatura, Futebol, Política e Polêmica na vida e obra de Nelson Rodrigues. Em 2012 é comemorado o centenário do dramaturgo Nelson Rodrigues, será homenageado pela Escola de Samba Viradouro, que levará o Anjo pornográfico para avenida. A Funarte estará com uma série de atividades em homenagem ao mais polêmico dramaturgo brasileiro do século. Nós do CASA XV, faremos uma breve abordagem na vida e obra do autor.


Nelson Rodrigues (1912-1980) nasceu da cidade do Recife - PE, a 23 de agosto de 1912. Começou a freqüentar o ambiente jornalístico ainda muito cedo, trabalhando no jornal do pai, Mário Rodrigues como repórter policial, aos treze anos. Após a morte de seu pai começou a trabalhar para o jornal O Globo, em 1931. De saúde muito frágil, passou sua vida em redações de jornais e lutando contra a tuberculose e outros males.

No ano de 1941 lança sua primeira peça, ´A mulher sem pecado´, sem grande repercussão. Mas em 1943 aparece ´Vestido de noiva´, uma revolução em linguagem e estilo teatrais nos anos 40 na ousada montagem de Ziembinski. Mesmo com a fama que seu trabalho teatral começa a lhe trazer, os assuntos financeiros sempre foram motivo de preocupação na maior parte de sua vida e Nelson continuou a escrever em O Globo e outros jornais e revistas.

Em O Jornal, aparece com o pseudônimo de Susana Flag e lança a série ´Meu destino é pecar´, em 38 capítulos de enorme sucesso, o que o levou a lançar uma segunda série, ´Escravas do amor´. Em 1948 publicou ´Núpcias de fogo´, ainda como Susana Flag, e a peça ´Anjo Negro´. No ano seguinte passou também a responder cartas de leitoras com o nome de Myrna. Em 1950 estreou ´Dorotéia´ e começa a escrever, para o Última Hora, a série ´A vida como ela é...´ Em 1954 lançou ´Senhora dos afogados´, com direção de Bibi Ferreira. Uma única vez trabalhou como ator, na sua peça ´Perdoa-me por me traíres´. Foi para a televisão, em 1960 como comentarista no programa ´Grande Resenha Facit´, na TV Rio. Escreveu a novela ´A morte sem espelhos´, que foi censurada, como toda a sua obra, aliás. Nos anos 40 e 50, Nelson era atacado por ser ´ousado´, e foi igualmente perseguido nos anos 70 por ser ´retrógrado´, mas continuou a ser Nelson. Escreveu sua última grande peça, ´A serpente´, em 1979 e faleceu no ano seguinte, a 21 de dezembro.


A coroa de orquídeas e outros contos de A vida como ela é...

Sinopse

Continuação de A vida como ela é... O homem fiel e outros contos, A coroa de orquídeas é mais uma antologia de contos publicados por Nelson Rodrigues em sua coluna A vida como ela é..., no jornal Última Hora. A linguagem permanece ágil e o humor de Nelson está tão mordaz quando no livro anterior. A diferença para o outro livro é que neste os assuntos estão mais diversificados. O conto Toquinhos de braços conta a história de uma mulher que não segurava nenhum filho na barriga. Quando conseguiu completar os nove meses de gravidez e dar à luz, o bebê nasceu com os braços pela metade. O conto Diabólica, história de uma pré-adolescente que rouba o noivo da irmã, foi adaptado para o programa Fantástico, em 97, e é um dos melhores textos do livro. Outro bom exemplo da criatividade de Nelson é O Pastelzinho, história tragicômica do suicídio de Dalva na noite de núpcias.

Asfalto Selvagem - Engraçadinha Seus Amores e Seus Pecados dos 12 aos 18

Sinopse

A mais marcante personagem feminina rodriguiana. Engraçadinha. Mais que um nome ou apelido, Nelson Rodrigues fez de uma aparentemente pacata mãe de família - vivida por Claudia Raia na minissérie de TV - um marco da literatura brasileira. Um texto visceral, que expôs a alma humana em amores e pecados, sem distinção. Uma das mais marcantes obras do gênio do teatro nacional.

A VIDA COMO ELA É...O HOMEM FIEL e Outros Contos

Sinopse

Durante dez anos, de 1951 a 1961, Nelson Rodrigues escreveu sua coluna A vida como ela é... para o jornal Última Hora, de Samuel Wainer. Seis dias por semana, chovesse ou fizesse sol. A chuva podia ser como "a do quinto ato do Rigoletto" e o sol, daqueles "de derreter catedrais", segundo ele. Todo dia, com uma paciência chinesa e uma imaginação demoníaca, Nelson escrevia uma história diferente. E quase sempre sobre o mesmo assunto: adultério. Desse tema tão simples e tão eterno, ele extraiu quase 2 mil histórias. Os ficcionistas que fingem se levar a sério precisam de toda uma aura de mistério para criar. Nelson dispensava esse mistério. Chegava cedinho à redação, acendia um cigarro e, na frente dos colegas, entre miríades de cafezinhos, escrevia A vida como ela é... As histórias saíam de casos que lhe contavam, da sua própria observação dos subúrbios cariocas ou das cabeludas paixões de que ele ouvira falar em criança. Mas principalmente da sua meditação sobre o casamento, o amor e o desejo. O cenário dos contos de A vida como ela é... é o Rio de Janeiro dos anos 50. Uma cidade em que casanovas de plantão e mulheres fabulosas flertavam nos ônibus e bondes; em que poucos tinham carro, mas esse era um Buick ou um Cadillac; em que os vizinhos vigiavam-se uns aos outros; e em que maridos e mulheres viviam sob o mesmo teto com as primas e os cunhados, numa latente volúpia incestuosa. Uma cidade em que, como não havia motéis, os encontros amorosos se davam em apartamentos emprestados por amigos — donde o pecado, de tão complicado, tornava-se uma obsessão. E uma época em que a vida sexual, para se realizar, exigia o vestido de noiva, a noite de núpcias, a lua-de-mel. E em que o casal típico — e, de certa forma, perfeito — compunha-se do marido, da mulher e do amante.


O Óbvio Ululante

Sinopse

Os textos que resultaram em O Óbvio Ululante são um mergulho do autor em sua própria história e foram publicados entre 1967/68. Parágrafos de ritmo peculiar, referências cotidianas e banais, mistura de permanência e efemeridade e freqüentes digressões, raramente encontradas em páginas de literatura pura. Nelson, óbvio. Rodrigues, ululante.

A Sombra das Chuteiras imortais - Crônicas de Futebol

Sinopse

As crônicas de futebol do escritor pernambucano cobrem os grandes momentos do esporte das décadas de 50 e 60, da derrota da Seleção Brasileira para o Uruguai em 1950 í conquista de três copas do mundo, passando pela descoberta de Pelé e Garrincha.

Vestido de Noiva

Sinopse

A peça que revolucionou o teatro brasileiro conta a história de Alaíde, moça atropelada por um automóvel que, enquanto é operada no hospital, relembra o conflito com a irmã, Lúcia, de quem tomou o namorado, Pedro, e imagina seu encontro com Madame Clessi, cafetina assassinada pelo namorado de 17 anos. Influenciada pelas ideias de Freud, a história é contada em três planos - o da realidade, onde ela é operada e seu acidente é comentado por jornalistas, o da alucinação (em que surge Madame Clessi, que Alaíde conheceu lendo o seu diário) e o da memória (em que ela lembra o triângulo amoroso com Lúcia e Pedro). O enredo abusa de flash-backs, recurso, na época, usado apenas no cinema. A montagem de Ziembinski foi inovadora e contribuiu para o sucesso do texto. Os três planos da ação foram divididos em três andares diferentes no cenário idealizado pelo pintor Santa Rosa.

Viúva, Porém Honesta

Sinopse

Vista como uma vingança e um desabafo de Nelson Rodrigues contra médicos, psicanalistas, jornalistas e especialmente contra a crítica teatral, a "farsa irresponsável em três atos" mostra um dono de jornal sem escrúpulos que, para discutir o problema da filha Lucy, promove uma reunião com um médico, um psicanalista, uma cafetina e até o diabo (papel de Jece Valadão). De esposa adúltera, Lucy se torna uma viúva respeitosa que não quer mais sentar depois da morte do marido, Dorothy Dalton, delinqüente juvenil transformado em crítico de teatro e obrigado a se casar com a filha do patrão, apesar de ser homossexual. Além de um contra-ataque, a peça também serviu como embrião para tipos que foram retomados em trabalhos posteriores. O doutor J.B. de Albuquerque, dono do jornal, pode ser considerado o primeiro molde do dr. Werneck, de Bonitinha, mas ordinária, assim como a tia solteirona que gostaria de ter 3.500 amantes reaparece em Toda nudez será castigada.


A Mulher sem Pecado

Sinopse

Nelson Rodrigues, enfrentando dificuldades financeiras, teve a idéia de escrever uma chanchada para ganhar dinheiro. A iniciativa resultou em sua primeira peça, A mulher sem pecado, que não era uma chanchada e tampouco trouxe dinheiro a seu autor. Este texto, escrito em 1941, já trazia os valores dramáticos, temáticos e poéticos que consagrariam o autor como o grande renovador do teatro brasileiro. "A mulher sem pecado" narra as aflições de Olegário, homem que sente um ciúme doentio por sua mulher, a jovem e bela Lídia. Ele dá dinheiro extra a seus empregados para que eles investiguem a vida, o passado e todos os passos de sua esposa. Mas os testes de Olegário acabam tendo um efeito contrário.

A vida como ela é...
Sinopse:

Nelson Rodrigues já era Nelson Rodrigues quando, em 1961, organizou esta antologia, que reunia em livro pela primeira vez parte da série A vida como ela é. Samuel Wainer, dono da Última Hora, queria em seu jornal uma coluna em que o autor de Vestido de Noiva, Anjo Negro e Álbum de família, retratasse, com um toque ficcional, uma história da vida real. Combinação perfeita para um dramaturgo sofisticado que, desde sempre, respirava jornal. A vida como ela é estreou em 1950 e em pouco tempo era um sucesso popular. Como o melhor jornalismo, falava direto ao público; como a literatura mais sofisticada, fazia tremer suas convicções. Por seu alcance e perenidade, teve várias encenações em mais de 50 anos. Foi programa de rádio nos anos 1960, narrado por Procópio Ferreira e disco, lançado pela Odeon. Foi transformada em fotonovela. Deu origem a um dos grandes sucessos do cinema brasileiro, A dama do lotação. Na década de 90, foi grande sucesso no teatro, em encenação premiada de Luiz Arthur Nunes. E, em XX, chegou ao horário nobre na fidelíssima adaptação dirigida por Daniel Filho.

Nélson "Trágico" Rodrigues - Carla Souto
Sinopse:
Esta obra pretende investigar a estruturação das personagens das chamadas tragédias ou peças míticas de Nelson Rodrigues: Álbum de família, Anjo negro, Senhora dos afogados e Dorotéia.


OBRAS | TEATRO

Nélson Rodrigues escreveu dezessete peças teatrais. Sua edição completa abrange quatro volumes, divididos segundo critérios do crítico Sábato Magaldi, que agrupou as obras de acordo com suas características, dividindo-as em três grupos: Peças psicológicas, Peças míticas e Tragédias cariocas.


PEÇAS PSICOLÓGICAS

A mulher sem pecado
Vestido de noiva
Valsa nº 6 Viúva, porém honesta
Anti-Nélson Rodrigues

PEÇAS MÍTICAS

Álbum de família
Anjo negro
Senhora dos Afogados
Doroteia

TRAGÉDIAS CARIOCAS I

A falecida
Perdoa-me por me traíres
Os Sete Gatinhos
Boca de ouro

TRAGÉDIAS CARIOCAS II

O beijo no asfalto
Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende Toda Nudez Será Castigada
A serpente

OBRAS | FILMES
Baseados na obra de Nélson Rodrigues
Somos dois - 1950 - Direção: Milton Rodrigues
Meu destino é pecar - 1952 - Direção: Manuel Pelufo
Mulheres e milhões - 1961 - Direção: Jorge Ileli
Boca de ouro - 1963 - Direção: Nelson Pereira dos Santos
Meu nome é Pelé - 1963 - Direção: Carlos Hugo Christensen
Bonitinha mas ordinária - 1963 - Direção: J.P. de Carvalho
Asfalto selvagem - 1964 - Direção: J.B. Tanko
A falecida - 1965 - Direção: Leon Hirzman
O beijo - 1966 - Direção: Flávio Tambellini
Engraçadinha depois dos trinta - 1966 - Direção: J.B. Tanko
Toda nudez será castigada - 1973 - Direção: Arnaldo Jabor
O casamento - 1975 - Direção: Arnaldo Jabor
A dama do lotação - 1978 - Direção: Neville d'Almeida
Os sete gatinhos - 1980 - Direção: Neville d'Almeida
O beijo no asfalto - 1980 - Direção: Bruno Barreto
Bonitinha mas Ordinária ou Otto Lara Rezende - 1981 - Direção: Braz Chediak
Álbum de família - 1981 - Direção: Braz Chediak
Engraçadinha - 1981 - Direção: Haroldo Marinho Barbosa
Perdoa-me por me traíres - 1983 - Direção: Braz Chediak
Boca de ouro - 1990 - Direção: Walter Avancini Traição - 1998 - Direcão: Arthur Fontes, Cláudio Torres e José Henrique Fonseca
Gêmeas - 1999 - Direção: Andrucha Waddington
Vestido de noiva - 2006 - Direção de Joffre Rodrigues
Bonitinha mas Ordinária ou Otto Lara Rezende - 2009

OBRAS | TELENOVELAS
Baseadas na obra de Nélson Rodrigues
A morta sem espelho - TV Rio - 1963
Sonho de amor - TV Rio - 1964
O desconhecido - TV Rio - 1964
O homem proibido - TV Globo - 1982
Meu Destino É Pecar - TV Globo - 1984
Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados - TV Globo - 1995
A Vida Como Ela É - TV Globo - 1996

OBRAS | LITERATURA | ROMANCES
Meu destino é pecar - 1944
Escravas do amor - 1944
Minha vida - 1944
Núpcias de fogo - 1948
A mulher que amou demais - 1949
O homem proibido - 1959
A mentira - 1953
Asfalto selvagem - 1959 (também conhecido como Engraçadinha)
O casamento - 1966
OBRAS | LITERATURA | CONTOS

Cem contos escolhidos - A vida como ela é... - 1972
Elas gostam de apanhar - 1974
A vida como ela é — O homem fiel e outros contos - 1992
A dama do lotação e outros contos e crônicas - 1992
A coroa de orquídeas - 1992

OBRAS | LITERATURA | CRÔNICAS

Memórias de Nélson Rodrigues - 1967
O óbvio ululante: primeiras confissões - 1968
A cabra vadia - 1970
O reacionário: memórias e confissões - 1977
Fla-Flu...e as multidões despertaram - 1987
O remador de Ben-Hur - 1992
A cabra vadia - Novas confissões - 1992
A pátria sem chuteiras - Novas Crônicas de Futebol - 1992
A menina sem estrela - memórias - 1992
À sombra das chuteiras imortais - Crônicas de Futebol - 1992
A mulher do próximo - 1992
Nélson Rodrigues, o Profeta Tricolor - 2002
O Berro impresso nas Manchetes - 2007

OBRAS SOBRE NELSON RODRIGUES | LIVROS

1. TEATRO DA OBSESSAO: NELSON RODRIGUES | MAGALDI, SABATO

2. NELSON RODRIGUES - DRAMATURGIA E ENCENAÇOES | MAGALDI, SABATO

3. INTELIGENCIA COM DOR - NELSON RODRIGUES ENSAISTA | FISCHER, LUIS AUGUSTO

4. FOLHETIM Nº 29 - ESPECIAL NELSON RODRIGUES | TEATRO DO PEQUENO GESTO

5. PALAVRA NOVA, A - O DIALOGO ENTRE NELSON RODRIGUES | DRUCKER, CLAUDIA

6. ARQUIVINHOS - NELSON RODRIGUES | SOUZA, CLAUDIO MELLO E

7. NELSON RODRIGUES - O INFERNO DE TODOS NÓS |SOUTO, CARLA

8. TEATRO DE NELSON RODRIGUES | CUNHA, FRANCISCO CARNEIRO DA

9. NELSON RODRIGUES E A OBSCENA CONTEMPORANEA | PEREIRA, VICTOR HUTO ADLER

10. ESTILOS LITERARIOS E LETRAS DE MUSICA POPULAR | RODRIGUES, NELSON ANTONIO DUTRA

11. NELSON RODRIGUES - TRAGICO, ENTAO MODERNO | LOPES, ANGELA LEITE

12. TEATRO COMPLETO V.1 - NELSON RODRIGUES | Organizador: MAGALDI, SABATO

13. TEATRO COMPLETO V.2 - NELSON RODRIGUES | Organizador: MAGALDI, SABATO

14. TEATRO COMPLETO V.3 - NELSON RODRIGUES | Organizador: MAGALDI, SABATO

15. TEATRO COMPLETO V.4 - NELSON RODRIGUES | Organizador: MAGALDI, SABATO

16. NELSON RODRIGUES - DRAMATURGIA E ENCENAÇOES | MAGALDI, SABATO

17. O FUTEBOL EM NELSON RODRIGUES | MARQUES, JOSE CARLOS

18. NELSON RODRIGUES EVANGELISTA | CUNHA, FRANCISCO CARNEIRO DA

19. O ANJO PORNOGRAFICO | CASTRO, RUY

20. NÉLSON "TRÁGICO" RODRIGUES | CARLA SOUTO

ACERVO

O Cedoc – Centro de Documentação da Funarte possui amplo acervo sobre o dramaturgo, como fotos de peças, programas das produções teatrais, resenhas e comentários sobre espetáculos teatrais, entre eles Vestido de Noiva, encenado pela primeira vez para um Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Boa parte dos registros fotográficos de peças do dramaturgo existentes no Cedoc foram feitos pelo Estúdio Foto Carlos, que, nas décadas de 40, 50, 60, 70 e 80 e foram digitalizadas graças ao projeto Brasil Memória das Artes, incluindo registros de raridades, como uma participação de Nelson Rodrigues como ator. No Portal da Funarte ainda é possível ver vídeos produzidos sobre o dramaturgo e sua obra.

Para Saber Mais:

Itaú Cultural

Releituras

Site Oficial

Livraria Cultura

Revista Bravo

MATÉRIAS NA NET

VIDEOS





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